De volta ao lar

Um dia desses, conversando com minha irmã sobre a vida, expectativas e terapia, ela me fez duas perguntas que ficaram ecoando na minha mente: "Pelo que você é grata?" e "Por que não escreve um diário?". Aquilo me fez refletir por um bom tempo.


Quando criei meu blog em 2015, era uma necessidade pura. Eu queria compartilhar minhas leituras, comentar sobre as ideias que surgiam, contar histórias, expressar minha indignação e minhas expectativas. Como não tinha pessoas ao meu redor que compartilhassem esse mesmo amor pela leitura, decidi ir para a internet. E foi assim que fiz amigos, descobri novos livros e editoras, e mergulhei em um universo literário que eu nem sabia que existia.



Durante um bom tempo, o blog foi meu refúgio, um espaço seguro onde eu podia falar sobre tudo que me passava pela cabeça. Mas, à medida que as redes sociais evoluíram, a necessidade de visibilidade e interação aumentou e, com isso, acabei migrando para outras plataformas, deixando o blog de lado. Não posso dizer que foi um erro; naquela época, parecia a melhor decisão. Mas agora, sinto que as necessidades mudaram.


Crescer no mundo digital é um desafio que exige muito de nós. É incrível ter visibilidade, seguidores, parcerias, mas confesso que a pressão e a competitividade acabaram roubando um pouco do meu amor pela leitura e pelos diálogos literários. Com o tempo, percebi que a forma como eu estava criando conteúdo para "me encaixar" não refletia quem eu realmente sou. Passei por diversas tentativas até finalmente encontrar uma abordagem mais intimista, verdadeira e sincera.


Agora, voltando às origens, decidi retornar para cá. Quando minha irmã mencionou o diário, lembrei que já tinha esse espaço para falar sobre a minha vida, um lugar que sempre esteve aqui, esperando pela minha volta. 


Assim, o Entre Páginas renasce como Páginas Cotidianas. Afinal, mais do que discutir livros, é fundamental falar sobre a pessoa por trás das leituras, sobre os anseios, expectativas, o cotidiano e as escolhas que levam a cada leitura que aparece por aqui. Hoje, iniciamos um novo ciclo, no momento certo e com muitas expectativas para essa nova fase.


No meu primeiro texto de volta, a sensação de recomeçar é reconfortante. Definitivamente, é uma volta para casa.

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